Ana Luiza Melo | Publicado em 13/09/2025, às 08h40
O programa Mães de Pernambuco, lançado em março de 2024 pelo Governo do Estado, oferece auxílio financeiro de R$ 300 mensais a mulheres em situação de vulnerabilidade social, garantindo segurança alimentar e nutricional para suas famílias.
Desde o início, mais de 129 mil mulheres foram beneficiadas, com investimento superior a R$ 416 milhões. Recentemente, foram abertas 1.640 novas vagas, com pagamento previsto para 7 de outubro.
Coordenado pela Secretaria de Assistência Social, Combate à Fome e Políticas sobre Drogas (SAS), o programa integra o Pernambuco Sem Fome.
Podem participar mães ou responsáveis por crianças de até seis anos, gestantes, que residam em Pernambuco, estejam com o Cadastro Único atualizado e não possuam vínculo empregatício formal.
O auxílio pode ser recebido pelo cartão enviado às residências, pelo aplicativo Caixa Tem ou em agências da Caixa Econômica Federal.
Josefa Jaqueline, de Limoeiro, 26 anos, mãe de quatro filhos, conta que antes dependia exclusivamente do Bolsa Família e enfrentava dificuldades para cuidar deles:
"Minha bebê de um ano depende de mim para tudo, ela ainda mama. Ser beneficiária do Mães de Pernambuco foi um alívio enorme. Esses R$ 300 ajudam muito no dia a dia, principalmente na nossa alimentação e nas necessidades das crianças. Antes, era muito difícil equilibrar aluguel, água, energia e comida. Hoje consigo me manter e cuidar melhor dos meus filhos".
Ela conheceu o programa através do Criança Feliz, com assistentes sociais que acompanham sua família, e nem precisou se inscrever.
Recebeu uma ligação informando que havia sido contemplada e foi orientada no CRAS sobre como confirmar a participação. Hoje, recebe o auxílio pelo Caixa Tem de forma regular. "Só quem passa por isso sabe o quanto é difícil. Representa alívio, apoio e mais dignidade para a minha família', afirmou.
Karellys del Valle Márquez Sánchez, 39 anos, venezuelana e também mãe de quatro filhos, também teve a vida transformada pelo programa.
Imigrante, Karellys enfrentou muitas dificuldades para reconstruir sua vida no Brasil, apesar de ser formada em Administração de Empresas na Venezuela. Hoje é técnica de enfermagem, pós-técnica em instrumentação cirúrgica e flebotomista:
"Eu não conhecia o programa, nem sabia que existia. Quando já estava quase desistindo, me ligaram para informar que eu era beneficiária do Mães de Pernambuco, por conta do Cadastro Único. Foi uma luz que me deu forças para continuar. Sou mãe de quatro filhos, separada, e meus filhos mais velhos estão fazendo faculdade graças ao esforço de todos nós. Agradeço de coração ao programa e a Pernambuco por nos acolher".
Ela acrescenta que pretende permanecer no Estado e retribuir o suporte recebido:
"Espero ver meus filhos sendo profissionais independentes economicamente, alcançando suas metas neste país que tanto nos acolheu. No futuro, trabalhando e já estável, quero devolver um pouco do que recebi e ajudar outras famílias, assim como fui ajudada."
Recém-contemplada, Caroline Barros, 41 anos, de Tacaimbó, mãe de dois meninos de 15 e 5 anos, sendo o caçula com diagnóstico de TEA, destaca o papel do programa como complemento essencial de sua renda:
"Tem sido uma rede de apoio financeira muito importante. Além dos gastos essenciais, tenho despesas extras por ser mãe atípica, e o programa auxilia demais. Já pude melhorar a alimentação dos meus filhos, incluindo mais frutas e legumes, e arcar com despesas médicas do meu caçula."
Ainda sem o cartão físico, Caroline acessa o benefício pelo Caixa Tem e aprova a praticidade. Para ela, o programa vai além do valor financeiro: “É mais alimento na mesa, mais dignidade e menos aflição. Ter uma vida, no mínimo, digna, é um direito de todos, e o programa fortalece demais essa causa.”
Para ingressar no programa, é necessário cumprir simultaneamente diversos critérios: residir em Pernambuco; estar inscrita e com dados atualizados no Programa Bolsa Família; ser a principal responsável pelo núcleo familiar; estar grávida, ser mãe ou responsável por criança de até seis anos (72 meses); além de não possuir emprego formal nem qualquer tipo de renda registrada.
Além desses requisitos, a beneficiária precisa integrar o grupo das 100 mil mães em situação de maior vulnerabilidade, conforme seleção do Governo Federal.
O Cadastro Único (CadÚnico) passa por atualizações mensais realizadas pelo Governo Federal. Com isso, mães que deixam de atender aos critérios são automaticamente excluídas do programa, abrindo espaço para novas mulheres que estejam na lista de espera. Por esse motivo, a recomendação da gestão estadual é que as interessadas consultem o site a cada novo ciclo para verificar eventuais alterações em sua situação.
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