Serviços impulsionam crescimento de 0,8% do PIB brasileiro

Jamildo Melo | Publicado em 05/06/2024, às 13h47

PIB brasileiro continua em recuperação - Divulgação
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Impulsionada pelo setor de serviços, a economia brasileira registrou um crescimento de 0,8% no primeiro trimestre deste ano em comparação com o último trimestre de 2023, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, dia 4.

O PIB de serviços subiu 1,4% no primeiro trimestre de 2024 em relação ao quarto trimestre de 2023. Na comparação com o primeiro trimestre de 2023, o PIB de serviços mostrou alta de 3%.

O crescimento da economia brasileira nos três primeiros meses do ano foi puxado pelo consumo das famílias (1,5%) e investimentos (4,1%).

Também houve alta na Agropecuária (11,3%), neste primeiro trimestre, que voltou a crescer depois de três trimestres seguidos de perdas.

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Por Hugo Garbe, especial para o blog de Jamildo

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou um crescimento de 0,8% no primeiro trimestre de 2024, comparado ao último trimestre de 2023, segundo dados ajustados sazonalmente. Esse resultado reflete a dinâmica econômica nacional, destacando-se a relevância do setor de Serviços, que cresceu 1,4% no período. Dentro desse setor, atividades como Comércio (3,0%), Informação e Comunicação (2,1%) e Outras Atividades de Serviços (1,6%) tiveram desempenhos notáveis.

A expansão do Comércio e dos serviços pessoais está diretamente relacionada ao aumento do consumo das famílias, um fenômeno observado devido à melhora no mercado de trabalho e a uma conjuntura macroeconômica mais favorável, com taxas de juros e inflação mais baixas. Este crescimento do consumo, por sua vez, reflete uma maior confiança dos consumidores e um aumento da renda disponível.

O setor de Informação e Comunicação também desempenhou um papel crucial, impulsionado pelo aumento dos investimentos em tecnologia e desenvolvimento de sistemas. A digitalização da economia e a expansão do mercado de tecnologia são tendências que têm se consolidado, mostrando-se essenciais para a modernização e competitividade das empresas brasileiras.

Por outro lado, a Agropecuária cresceu 11,3%, evidenciando a robustez do setor, ainda que a indústria tenha registrado uma leve variação negativa de -0,1%, considerada estável. Essa estabilidade na indústria indica desafios persistentes, como a baixa produtividade e a necessidade de inovação, além de fatores externos que podem afetar a competitividade das exportações.

Na comparação anual, o PIB cresceu 2,5% em relação ao primeiro trimestre de 2023, novamente puxado pelo setor de Serviços. No entanto, houve uma mudança significativa na contribuição do setor externo para a economia, com as importações superando as exportações, influenciadas pela valorização do Real e pela demanda por bens de capital e intermediários.

Outro ponto de destaque é o comportamento dos investimentos e da poupança. A taxa de investimento ficou em 16,9% do PIB, ligeiramente abaixo dos 17,1% do ano anterior, indicando uma estabilidade relativa nos investimentos, apesar do crescimento econômico. A taxa de poupança, por sua vez, caiu para 16,2%, comparada a 17,5% no primeiro trimestre de 2023. Essa queda é atribuída ao aumento significativo do consumo das famílias, que superou o crescimento do PIB.

O PIB acumulado nos quatro trimestres terminados em março de 2024 cresceu 2,5% em relação ao mesmo período de 2023. Esse crescimento foi disseminado por todos os setores, com a Agropecuária crescendo 6,4%, a Indústria 1,9% e os Serviços 2,3%. Essa diversificação do crescimento econômico é um sinal positivo da resiliência e adaptabilidade da economia brasileira.

Os dados apresentados refletem a complexidade e as nuances da economia brasileira. A ênfase no setor de Serviços, o papel dos investimentos em tecnologia e a importância do consumo das famílias são aspectos fundamentais para entender a dinâmica atual e projetar o futuro econômico do país. A continuidade do crescimento dependerá de políticas econômicas que incentivem a inovação, aumentem a produtividade e fortaleçam a confiança dos consumidores e investidores.

Hugo Garbe é professor de Ciências Econômicas do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas (CCSA) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM).

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