Plantão Jamildo.com | Publicado em 13/09/2025, às 11h04
O debate sobre as eleições de 2026 em Pernambuco costuma se concentrar nos dois protagonistas que já despontam como favoritos: o prefeito do Recife, João Campos (PSB), e a governadora Raquel Lyra (PSD). Mas, por trás das manchetes, existe um outro tabuleiro político tão decisivo quanto a disputa majoritária: o das candidaturas a deputado estadual e federal. Na Região Metropolitana do Recife, a batalha pela capilaridade eleitoral se intensifica e ajuda quem terá ainda mais força para governar.
No Recife, João Campos parte com vantagem. Sua reeleição com amplo número de votos em 2024 o consolidou como líder metropolitano e garantiu ao PSB um time de aliados proporcionais com potencial de votos expressivos. Pedro Campos (PSB), já deputado federal, aparece como puxador natural de votantes. Outros nomes, em diferentes campos políticos, como Dani Portela (PSOL), possivelmente estarão ao lado do mandatário da capital. A parlamentar representa a considerada “esquerda mais crítica” e pode crescer em meio à insatisfação social.
Esses dois nomes, orbitam o campo de João e reforçam sua narrativa de renovação política. Por sua vez, Túlio Gadêlha (Rede), apoiador de Raquel Lyra mantém apelo nacional e regional, combinando discurso ambiental com a visibilidade conquistada nas redes sociais. Mas fora da capital, o cenário é mais equilibrado. Em Olinda, a prefeita Mirella Almeida (PSD) é braço direto de Raquel Lyra e deve ajudar a eleger deputados ligados ao governo. O próprio exprefeito da cidade, Professor Lupercio (PSD) é um dos principais nomes cotados para disputar uma cadeira na Alepe.
Em Jaboatão dos Guararapes, o prefeito Mano Medeiros (PL) tem máquina e base eleitoral robusta, que pode beneficiar candidaturas conservadoras, como a da deputada federal Clarissa Tércio (PP), já consolidada entre evangélicos e setores populares. Outras cidades estratégicas: Camaragibe e São Lourenço da Mata. Nestes locais João Campos, articula parcerias com gestores como Vinícius Labanca (PSB) e conta também com o respaldo de aliados locais, a exemplo de Ednaldo Moura Júnior, ator político em crescimento na região principalmente em ações comunitários. Do outro lado, Raquel Lyra consolida apoios junto ao prefeito Diego Cabral (Republicanos) e ao deputado João de Nadegi (PV).
Em Paulista, o deputado estadual Júnior Matuto (PRD), com bases no município, tende a disputar novamente e será peça-chave para João Campos. O prefeito local, Severino Ramos, foi eleito com a ajuda da governadora. O que está em jogo é muito mais que cadeiras no Legislativo. Cada deputado eleito representa não apenas votos, mas também estrutura de campanha, emendas parlamentares e sustentação futura para o próximo governador. Sem bancada forte, qualquer gestão estadual se fragiliza. Por isso, a eleição proporcional na RMR é, na prática, um ensaio da governabilidade pós-2026. O mapa, portanto, mostra João Campos forte no Recife e em cidades onde o PSB ainda resiste.
Já Raquel Lyra aposta na rede de prefeitos aliados e em candidaturas conservadoras que dialogam com segmentos de massa. A batalha não se dará apenas nos palanques televisivos, mas nas ruas de Olinda, nas igrejas de Jaboatão, nas comunidades de Camaragibe e em lideranças locais de Paulista. Em 2026, vencer a eleição majoritária será apenas parte da equação. O verdadeiro poder estará em quem conseguir montar uma bancada sólida. E é esse jogo silencioso, muitas vezes invisível ao grande público, que pode decidir o futuro político de Pernambuco
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