Jamildo Melo | Publicado em 10/02/2025, às 18h00
O Instituto Dom Helder Câmara realizou um evento digno de registro, neste domingo, na Igreja das Fronteiras, no centro do Recife.
A entidade, que guarda a memória do Dom da Paz, um verdadeiro homem santo, promoveu uma homenagem póstuma aos nomes de 40 fundadores da entidade, todos eles colaboradores diretos do ex-arcebispo de Olinda e Recife.
A ministra Luciana Santos, os senadores Fernando Dueire e Teresa Leitão, deputados estaduais e vereadores prestigiaram o evento.
Como o Idec não conseguiu contatar todas as famílias, inicialmente, 13 nomes foram agraciados com certificados.
Entre os nomes de destaque, o padre Reginaldo Veloso, que atuou na evangelização da comunidade do Morro da Conceição, e o padre Henrique, que foi assassinado na ditadura militar em Pernambuco, para tentar intimidar a atuação do arcebispo por justiça.
Outro nome conhecido é Luis Tenderine, que criou o movimento chamado Trapeiros de Emaus.
Na lista de homenageados, aparece também o nome de Dom José Lamartine, que foi um destacado bispo auxiliar de Dom Helder.
Aparece também o nome do médico Ciro Andrade Lima, avô materno do prefeito João Campos, que cuidou pessoalmente do religioso até a morte, em 1999, na Igreja das Fronteiras, onde viveu de forma simples desde 1968.
Aqui no site Jamildo.com, nós já registramos que o IDEC acabou de concluir a digitalização de todo o acervo de Dom Helder através de um convênio firmado, ainda na gestão Eduardo Campos.
Neste domingo, a Prefeitura do Recife anunciou que renovou o convênio com o Instituto Dom Helder Câmara para garantir a preservação do acervo e das atividades dedicadas ao legado do arcebispo emérito de Olinda e Recife.
O acordo assegura um investimento de R$ 300 mil ao ano, viabilizando a manutenção do espaço e ampliando o acesso da população à história do religioso.
O prefeito João Campos, na missa deste domingo, pediu em público que a vereadora Cida Pedrosa apresentasse um projeto de lei para tornar permanente a manutenção do memorial.
João Campos, bastante à vontade, brincou, citando o pai. Eduardo Campos, em tom de chiste, dizia que os dois maiores pernambucanos da historia eram cearenses ... numa referência a Miguel Arraes, nascido no Crato, e Helder, nascido em Fortaleza.
O instituto Dom Helder Câmara abriga um memorial e museu dedicados ao religioso, com um acervo que inclui manuscritos, prêmios, vestimentas litúrgicas e objetos pessoais.
Com o repasse, será possível manter bibliotecários, historiadores e outros profissionais especializados na conservação desse patrimônio.
Ajudando a consolidar o turismo religioso, o instituto segue aberto à visitação, recebendo pesquisadores, estudantes e fiéis interessados na vida e obra de Dom Helder.
Por toda sua luta por Justiça social, e na defesa dos direitos humanos, são mais do que merecidas todas as homenagens ao cearense que adotou o Recife como lar e, no período mais triste de nossa história, transformou a capital pernambucana em referência mundial e chegou a receber quatro indicações ao Prêmio Nobel da Paz.
Um belo presente para o bispo sem fronteiras, que completou mais um aniversário na sexta-feira 7 de fevereiro.
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